Um dos grandes problemas da existência humana é a necessidade absurda de levantar perguntas sem respostas, como, por exemplo, a origem do universo. Mesmo que essas respostas existissem não seriam compreendidas pelo nosso intelecto; o que deveria, diante dessa impossibilidade, nos colocar em estado de inatividade, mas ao contrário, criamos uma série de estórias fantasiosas ao redor do mundo que, de tão absurdas, exigem de nós uma espécie de essência espiritual - fé - que ao meu entender se deve ao ato de acreditar em tudo o que é dito por homens que acreditam dizer o que foi dito por Deus. Não há nada que limite mais o espírito humano do que a fé. Tal sentimento nos impede de enxergar a mentira mais óbvia, a nós imposta como verdade absoluta.
Para identificar quando um determinado problema surge, é preciso desenhar, de forma a fazer entender a mente de um indivíduo com fé. Esse, só considera naturais os elos de ligação por ele alcançados, o que dispensa de certa forma um apelo metafísico, todos os demais fatores serão considerados sagrados ou profanos.
Acredito que tudo o que ocorre seja um conjunto de ações interligadas, sendo assim, tudo é natural e o sobrenatural se desfaz; mesmo que esse natural se encontre em um elo tão distante que por mim não posse ser explicado. O apelo para o além do natural se da ao não desejo de abandonar os dogmas e crendices estabelecidas em nossa sociedade escravocrata por séculos. O termo escravocrata deve ser entendido com base no conceito de Nietzsche quando afirma que “aquele que não possui dois terços do dia para si é um escravo... se precisamos de escravos para que educá-los”.
Considerando que cerca de noventa por cento da população se encontra enquadrada dentro dessa definição de escravos estabelecida por Nietzsche, podemos dizer que quanto mais ignorante o indivíduo, mais limitada sua visão; o que lhe impede de alcançar os elos mais distantes e com isso sua independência.
O nível de religiosidade pode ser medido em contraposição com nível intelectual de um indivíduo, ou seja, quanto mais ignorante mais religioso se torna.